sexta-feira, 17 de julho de 2009

Vila Franca, a chinesa... Episode II

Depois de escrever no blogue e de enviar o mesmo texto por email para a ACIS (procurem na net) eis que acabo de receber este email:

Caro Sr. Pedro Calisto,
O seu mail recebeu a nossa maior atenção pois acredite que a proliferação de lojas chinesas é algo que nos preocupa pois temos plena noção e consciência do quanto é prejudicial ao "Nosso Comércio" e à nossa cidade (e a dezenas de cidades por este nosso País).
Creia que não é por desinteresse ou resignação que nada fazemos, pois a verdade é que nada podemos fazer, porque essas lojas não precisam de licenciamento para a sua actividade (pois o ramo de comércio que desenvolvem não obriga a qualquer licença de utilização) pelo que não existe qualquer obstáculo à sua abertura.
Acresce o facto de existir um vazio legal relativamente a critérios de qualidade para a abertura de estabelecimentos comerciais (na prática desde que cumpram com os critérios de segurança, higiene e a lei do som, não há qualquer impedimento à sua abertura) que providenciasse que a abertura de novos estabelecimentos fossem um valor acrescentado para o mercado (leia-se cidade).
Pergunto-lhe se acha possível que os Chineses paguem rendas mensais de € 2.500,00 ? Pois pagam e tenho provas disso, como conseguem não sei, o que sei é que qualquer comerciante português não conseguiria sobreviver por muito tempo a pagar rendas deste valor.
E o que sei também (e sabemos todos) é que os produtos que lá se vendem são de baixa qualidade, que o atendimento é péssimo, mas que muitos e muitos consumidores portugueses, ao que parece, não exigem mais, pois por lá fazem as suas compras. Por isso também o consumidor tem as suas responsabilidades nesta descaracterização do comércio e acima de tudo dos centros históricos da cidades.
Portanto ao Comércio que cumpre com critérios qualitativos, económicos e fiscais (e felizmente ainda são muitos, embora não tantos quanto o desejável) resta direccionar-se para o nicho de mercado que procura valor acrescentado.
Em nome da direcção da ACIS digo-lhe (e acredite que é verdade) que nos batemos perante quem decide as politicas para a cidade mas a verdade é que nem sempre temos conseguido as melhores respostas.
Todos temos a nossa quota parte de responsabilidade: cidadãos, políticos, empresários e claro também nós, dirigentes associativos, por isso assumimos a nossa responsabilidade por não termos ainda conseguido o antídoto para combater uma certa inércia que por aí se instalou.
Acredite que não é este o comércio que queremos, mas parece-nos o comércio que é possível.

PS: Como lhe referi inicialmente o seu mail recebeu a nossa melhor atenção e fico satisfeito por nos ter escrito a demonstrar a sua preocupação pelo que, desde já, o desafio para um debate de ideias que nos permita alcançar uma forma de actuação para que passemos das palavras à acção.


Com os melhores cumprimentos,

Miguel Nuno Santos

(Presidente da Direcção)
Associação Comércio e Serviços
V.F.Xira e Arruda dos Vinhos

1 comentário:

Rui Ferreira disse...

O passo futuro será transformar definitivamente o nosso grande Centro Comercial numa cópia exacta do Centro Comercial do Martin Moniz!... ora vejamos como poderia ser:

Chineses : Piso 0 e 1
Indianos : Piso 2 para cima

Perfeito!